Diante de desafios globais, os países G20 têm um papel preponderante no cumprimento de três importantes metas sociais: melhorar os padrões de vida em direção ao empoderamento econômico, mitigar as mudanças climáticas por meio de esforços net zero e, para apoiar esses objetivos, impulsionar o desenvolvimento das economias com foco no aumento da produtividade.
Nos últimos anos, o B20 – fórum que conecta a comunidade empresarial aos líderes do G20 – colocou o crescimento sustentável e inclusivo no topo de sua agenda. Nos dois encontros anteriores, pesquisas da McKinsey destacaram os sistemas interconectados que apoiam o crescimento inclusivo e sustentável. Neste ano, nosso foco está em como os países podem passar da aspiração à ação em cada um desses três pilares.
- Na medida em que as economias do G20 almejam ampliar a inclusão econômica, elas podem aspirar elevar todas as pessoas acima da “linha do empoderamento” por meio do crescimento. Essa linha é o limiar do consumo, muito acima da pobreza extrema, na qual as pessoas podem adquirir bens e serviços essenciais, construir uma reserva econômica e realizar seu pleno potencial. Em 2020, aproximadamente 4,7 bilhões de pessoas (cerca 60% da população global) viviam abaixo da linha de empoderamento econômico1. Trazer toda a população para acima desse limite requer crescimento econômico, acessibilidade a bens essenciais e redução da desigualdade em variados graus em diferentes países.
- Simultaneamente, os países do G20 enfrentam o desafio de reduzir suas emissões mesmo com o aumento da demanda por energia puxada pelo crescimento econômico. Embora o progresso seja animador, os níveis gerais de emissões de gases de efeito estufa devem continuar acima do necessário para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, mesmo que os compromissos firmados sejam cumpridos até 20302. Esse cenário reforça o desafio de buscar reduções de emissões ainda maiores, garantindo ao mesmo tempo energia confiável e acessível e apoiando a competitividade industrial. Economias de média renda do G20, em particular, enfrentam o desafio de conciliar a crescente demanda de energia impulsionada pelo crescimento à necessidade de redução das emissões.
- A evolução em ambas as metas pode ser apoiado pelo aumento da produtividade, que tem desacelerado recentemente. Pesquisas do MGI revelaram que o crescimento econômico acelerado pode levar o mundo a meio caminho de alcançar tanto a inclusão econômica quanto a redução de emissões, elevando a população acima da linha do empoderamento e permitindo maior financiamento e avanços tecnológicos para a transição energética3. No entanto, o crescimento da produtividade, um facilitador crucial de crescimento econômico de longo prazo, caiu de uma taxa anula composta (CAGR) de 3,4% entre 2002-07 para 2,1% entre 2016-22 nas economias do G204. Reverter essa queda requer retomar o investimento de capital, preparando os trabalhadores para funções com maior demanda futura e possibilitando o desenvolvimento e a adoção tecnológica.
- As economias do G20 podem facilitar parcerias para atingir metas de crescimento de produtividade, redução de emissões e inclusão econômica. Investir em ativos de baixa emissão para seguir um caminho rumo ao net zero, junto com os esforços de trazer a população para acima da linha de empoderamento, significa transformar grandes aspirações em estratégias práticas com métricas mensuráveis. Para chegar lá, as economias do G20 podem formar parcerias públicas e privadas para coordenar ações, monitorar o progresso e compartilhar as lições aprendidas.