Por Pedro Guimarães
Mudar uma empresa não é tarefa fácil. Números da McKinsey mostram que 70% das tentativas de transformação fracassam.
Ao mesmo tempo, tem aumentado rapidamente o número de empresas que desaparecem ou são absorvidas por outras. Desde a década de 1980, a longevidade das empresas caiu pela metade ao redor do mundo.
Basta ver a lista das maiores empresas do Fortune 500 de 60 anos atrás e compará-la com a atual: 88% das empresas não existem mais. Empresas que não se transformam enfrentam mais chances de sumirem ou de serem adquiridas.
Transformar é imperativo. Mas como ter mais chances de sucesso?
Pesquisas da McKinsey demonstram que empresas que investem em transformações equilibrando uma agenda de desempenho e saúde têm muito mais chances de sucesso.
Por um lado, é fundamental o entendimento dos desafios do negócio, das novas tendências do setor e da importância do uso da tecnologia. Por outro lado, se os funcionários da empresa não mudarem mentalidade e comportamentos, dificilmente os ganhos se tornarão estruturais e sustentáveis a longo prazo.
Do lado de desempenho, o uso de análise avançada de dados tem possibilitado ampliar a aspiração de crescimento e rentabilidade. Quando a transformação é trabalhada incansavelmente pelos executivos de forma holística, disciplinada e sem “vacas sagradas”, ela tem, surpreendentemente, 2,7 vezes mais chances de dar certo.
Companhias que conseguem engajar seus funcionários têm oito vezes mais chances de realizarem uma transformação bem-sucedida. Para ajudar a mudar essas mentalidades, é preciso contar uma história de mudança convincente, designar papéis claros para a liderança sênior e criar mecanismos de reforço, oferecendo aos funcionários as habilidades necessárias para mudar.
Acima de tudo, é importante fazer com que as pessoas entendam o “porquê” da mudança, para que se sintam “donas” dela.
Nas transformações de sucesso, a saúde organizacional e a busca por melhoria da performance financeira andam juntas.
*Pedro Guimarães é sócio da McKinsey no South Hub, no Brasil.
***Texto originalmente publicado no Zero Hora.